Peguei no cajado e tenho andado em caminho...
Pelos recantos da minha alma tenho vagueado sem programa nem objectivos, naquela passada de turista que não sabe bem para onde vai, mais preocupado com o passeio em si do que com o destino onde os seus passos o levam.
Neste vaguear reencontrei sonhos e pesadelos, ora escondidos na obstinação de um desejo ora na surpresa de um daqueles viajantes que aleatóriamente se tem cruzado comigo.
Mas sobretudo tenho redescoberto o silêncio. Aquele que a todos nos desarma e assusta por nos obrigar a recentrarmo-nos em nós próprios e naquilo que somos. Este que tanto me custa.... Este que me angustia no lusco-fusco do anoitecer e me desampara nos pesadelos de meia noite.
Mas este doce silêncio onde me redescobro... Onde escondido choro e rio, num curar doloroso de feridas e num brotar poderoso de sonhos!
Onde, mudo (e aqui como gostava que lesses este silêncio da alma que não sei escrever), redescobro o sentido profundo da tua (e neste tu, sabes bem que é mesmo de ti que tens sentido a minha falta que eu falo) companhia e presença!
Sabes...
Viver só não é sentir falta de algo ou de alguem! Viver só é sobretudo, no silêncio, não se saber suportar a si próprio e cego não se perceber onde se faz mesmo falta.