10 de novembro de 2007

CIVITAS CONTRA SE DIVISA NON STABIT...

Na discórdia não persistimos...

Neste caminhar tenho-me apercebido de que o silêncio é fundamental mas perigoso... Corremos o risco de nos fascinarmos pelo nosso umbigo... De nos deixarmos absorver na tentação de fazer balanços inuteis...

Pesando os ganhos em oposição a todas as dores e cicatrizes que carregamos em nós, se um dia tentámos ser felizes, nos nossos critérios, só podemos chegar a uma conclusão: demos mais do que recebemos... E isso ao orgulho doi muito...

Absortos, esquecemo-nos que quem nos rodeia (tão involuntariamente quanto nós) faz o mesmo movimento introspectivo, com os mesmos vícios de forma... E sem que o desejemos ou nos apercebamos entramos em rotura, primeiro com os outros e depois connosco próprios...

Sabes...
Em nós próprios não há caminho de consolo ou cura para os nossos limites e dores (pergunto-te... podera o melhor cirurgião cardio-torácico do mundo operar o seu próprio coração?)!

Que toda essa dor nos consuma... Mas num caminho de abertura ao outros... Nesse caminho de identificação com aqueles que rodeando-nos, no seu sofrimento também nos magoam (Sabes o que doi ao cirurgião plástico ver a cara desfigurada do grande queimado, cuja dor se propõe tratar?)!

Que toda essa dor se torne numa enorme fogueira, onde nos deixemos consumir... Mas não num monólogo interior egoista e estéril. Procurando antes nos nossos limites o fertil caminho de reconciliação connosco e com os outros.

Porque na discórdia não persistimos!
Rezo...

P.S. (Ocorreu-me enquanto escrevia...)

Discórdia

Etimologicamente:
Dis (mau) + Córdia (Coração)