24 de maio de 2007

DE OLHOS BEM FECHADOS

Nestes dias tenho tido a sorte de caminhar de olhos bem fechados. Atento aos sonhos e indiferente aos precalsos que se colocam no meu caminho. A vida encarregou-se de me tomar nos seus braços e relançar-me no meu percurso.

A minha volta, enquanto dormia, o tempo fazia as suas maravilhas, curando corações e fechando feridas que sendo médico, mesmo que o desejasse (e como o desejei) jamais saberia tratar.

Gostava de saber agir activamente neste sentido. Gostava de saber sacudir a pressão e, de olhos bem fechados, acolher sofregamente os desafios que a vida me coloca. Deixar-me surpreender e maravilhar pela gratuicidade daquilo que quem nada espera em tudo sabe recohecer.

Este é um tempo propício a que também tu acredites. Não numa fézada feita daquelas rotinas místicas que te acorrentam e iludem, não naquele testemunho puritano e hipócrita que afasta e desilude quem tudo espera de ti

Vem comigo! Olha para o centro de ti, reconhece em humildade a centelha de benignidade que a Vida te inspira na tua família, nos teus amigos, no teu trabalho e no teu estudo. E então, sem medos, caminha de olhos fechados! Se o fizeres terás a sorte de veres milagres que os teus olhos nunca conseguirão compreender.