20 de outubro de 2006

ROTINAS

Hoje escrevo por reacção, vinha cheio de pressupostos mas alguêm me fez recolocar-me diante da verdade concreta do meu percurso. (Um beijinho para ti Ná)

A vida destes meses tem sido uma enorme e profunda rotina. No nosso desejo profundo de novidade este deve ser dos maiores obstáculos que conheço à serenidade interior. Custa-me muito o virar infindável de páginas (secas e muito iguais entre si) nas horas infinitas que nestes meses tenho consagrado ao estudo. Qualquer pretexto, por mais irrisório que seja, afigura-se bom para se fugir!

Ainda por cima quando as telenovelas venezuelanas (ou os nossos já míticos morangos com açucar) muito mais mexidas e "cor de rosa" me dão uma ideia muito mais colorida e dinâmica da vida... No entanto, as personagens não tomam banho, sendo estudantes parece que não tem trabalhos de casa, por artes mágicas tem a casa sempre arrumada, entre mil outras simplificações de vida sem as quais a luta pelos shares seria uma batalha perdida.

A minha vida não é nada assim. Entre cada momento brilhante que me acalenta o coração e renova a esperança existem milhares de minutos de rotinas que por muito que me custem tem de ser cumpridas. E como essas passam ao lado da memória tão depressa... Exemplo óbvio o gozo que me deu ter a certidão de licenciatura nas mãos em agosto em oposição às horas de estudo que tive de gastar para lá chegar...

Repetir uma coisa boa chama-se virtude. E as vezes é difícil sustentar uma virtude. Sendo honesto com a vida... É difícil ser-se fiel a compromissos feitos, em qualquer contexto da vida. Levante o dedo o namorado que tem a felicidade de nunca ter sido tentado ou o estudante que nunca teve vontade de fugir dos livros...

As rotinas não são más em si e atrevo-me a dizer são mesmo indispensáveis para se ser feliz. Agora que tenho um coração pequenito para as acolher... Isso tenho!