Hoje queria celebrar-te a ti Maria...
Quero remaravilhar-me com esse teu abandono silencioso. Sempre me surpreendeu esse teu trabalho de bastidores ao qual raramente se chama a atenção. Mudares-Lhe as fraldas em pequenito, chamares-Lhe a atenção de que tinha acabado o vinho no casamento dos Vossos amigos entre tantos outros gestos que por certo fizeste.
E sobre que pressão, hoje também ela tantas vezes desvalorizada... Desde logo desprezada naquela noite de Natal, numa relativa solidão, rodeada pelos olhares incrédulos do mundo que teimam em não reconhecer o milagre, à beira do repúdio público...
Mas tiveste o mérito de na Fé te entregares à Vida que te foi confiada, na alegria e na tristesa, sempre nesse silêncio próprio de quem se diminui para que Outro cresca.
Neste dia em que te celebramos queria ficar num registo simples e informal próprio dos amigos, assim num obrigado de quem sabe que pode contar com o teu silencio sempre presente.
Um beijinho para ti
P.S. A matriz católica do egofonias é óbvia. Não tenho presunção proselítica... Mal estariamos se a capacidade de Deus te interpelar dependesse exclusivamente de mim... Agora sendo este um espaço introspectivo... Não me pessam para negar o que vivo e testemunho!