22 de setembro de 2006

RECONCILIAÇÃO

Parar implica forçosamente olhar para dentro e tentar perscutar os jogos de sombras que se jogam no profundo da nossa alma. Já precisava de o fazer há algum tempo e ontem foi o dia ideal para isso. Enchi-me de coragem e lá foi a romaria ao confessionário (literalmente).
O percurso até ao confessionário é sempre um misto de sensações que assusta muitos crentes e revolta muitos descrentes. Penso que Deus não terá nada haver com isso. É sobretudo um movimento do nosso orgulho que olhando para o que nos magoa em nós sopra-nos ao ouvido "que tem o padre haver com isto... Resolves a coisa com Deus e pronto!"
Mas não são essas as regras do jogo... A humildade exige este olhar face a face descomplexado, o reconhecer no meu interlocutor a minha (mesma) fragilidade. Só esta verdade e transparência profundas e incondicionais podem retirar as dúvidas que surgem nas "negociações" de um perdão virtual carente de uma resposta concreta e vivida de um Deus Vivo e Enamorado por nós.
E como sabe bem depois de tantas tormentas (porque é verdade, custa-me muito) consciente de Lhe ter oferecido a verdade do meu coração conseguir ouvir no rito do sacerdote o Seu Coração responder-me "Perdoo-te de todos os teus pecados, vai e não tornes a pecar" e acrescentar sorridente e em surdina "Podes não ter acreditado em Mim, mas isso não quer dizer que eu alguma vez deixe de acreditar em ti ;) "
Se duvidas... Experimenta! Hoje mesmo, enche-te de coragem, sê radical e dá uma valente vassourada na tua alma... Experimenta o confessionário