Este é um post difícil de escrever... Plano com a racionalidade sobre as margens da minha autoconsciencia afectiva. Aqui tudo é baço e são difíceis de seguir linhas sólidas. No entanto!...
Gosto de ti! Não sei porquê mas gosto :) Agitas esta substância etérea que faz de mim algo tão falivel e instavel como tu, predispões-me ao improviso e aumentas a margem de erro dos passos que dou. Podia odiar-te, as conclusões seriam as mesmas... Chama-se a isto afectos, aquilo que apimenta a nossa vida e faz com que cada passo numa relação humana seja total novidade e gesto irrepetivel.
Mas é minha convicção profunda que a vida não são só afectos. Não fiz nada para te merecer, foste colocada na minha vida e nessa medida, mesmo que me custe, sou desafiado a acolher-te.
Racionalizando percebo que sou convidado a pautar os relacionamentos por um princípio de benignidade, a isso chamo Amor- conseguir chegar ao fim do dia e sentir que fecho os olhos deixando o mundo melhor do que aquilo que o sol me mostrou naquela manhã.
Neste sentido amar-te é por-me ao teu serviço acreditando que sou uma mais-valia no concreto da tua vida. É acreditar que sim! Que me é permitido fazer de ti uma pessoa melhor fazendo tu de mim uma pessoa melhor também.
Os afectos esses modulam este movimento. Gostar de ti só me fará resplandecer mais com as tuas virtudes e sofrer mais nos teus defeitos. Nunca fará de mim "Coisa tua", conformismo com os teus defeitos ou deferência para com as tuas virtudes.
Se te (me) permitires, serei (Seremos) sempre espinho(s) encravado(s) convicto(s) que assim farei (farás) de ti (de mim) uma pessoa melhor. (esta frase tem pelo menos 4 sentidos!Lindo :) )
Um grande beijinho