27 de setembro de 2006

DIAS

Há dias terriveis!
Em que se sai da cama cansado e farto daquilo que nos espera...
Em que, ensonados, olhamos para os nossos irmãos que tomam o pequeno almoço- seguros de um sorriso- e somos surpreendidos pela mesma canseira que lhes coloca na boca uma resposta torta!
Em que parece que nada vai funcionar, que o elevador está avariado, que o metro está de greve...
Em que chegamos ao trabalho e os nossos amigos sempre presentes parecem possuidos por um demónio provocador que nos espicaça a alma.
Em que o tempo nos falta e quando anoitece fizemos metade daquilo a que nos proposemos.
Em que, esbaforidos, temos de sair de casa no final do dia para no silencio por a conta-corrente da alma em dia. E é estranho, porque no fundo no fundo, olhando desapaixonadamente, até dormimos muito bem, o metro já funciona, o dia teve as mesmas horas e ninguem nos quis realmente mal.
Ontem foi daqueles dias em que me soube mesmo bem a minha almofada... Fechar os olhos e perceber que, desse lá por onde desse, hoje seria (é!!!- porque o português correcto obriga-me a escrever assim) um novo dia