5 de janeiro de 2008

SOL DE INVERNO

Conheces aquele sol de inverno, de fim de tarde que, moribundo, ainda dá uns espasmos de luz mas já não nos aquece o corpo? Que consente que as folhas caiam das árvores e que os animais do campo hibernem...

Assim me tens parecido tu, que, negligente ou indiferente, te tens demitido dos teus sonhos e dos teus amigos, de tudo aquilo que amas! Porque, se queres saber a verdade, de tão habituado ao teu silêncio, já nem sei com quem estou a falar, já mal te reconheço o rosto...

Tu conheces-me! Sabes que também me tem custado: todos os dias, várias vezes ao dia, em surdina porque cobarde, a alma me tenta, dizendo-me que é muito para mim... Sabes que também tenho dormido mal todas as noites e todos os dias tenho pedido a Deus que pelo menos me dê folego para seguir por mais um dia com os meus sonhos...

Não chores por mim que isso pouco me interessa... Tão pouco me consola ou sacia! Sabes... No fundo, no fundo, fazes-me falta! Tenho saudades do teu olhar irreverente e da tua presença cumplice.

Só por hoje, levanta-Te (sim! com um T maiúsculo como a tua grandeza!)!!! Porque desde o dia em que deixaste de acreditar, esse triste dia em que paraste de te esforçar, à tua volta, as folhas tem caido, os animais andam adormecidos e eu, sozinho e inquieto, tenho chorado!