27 de outubro de 2006

SURPRESA

Gosto de ser surpreendido pela vida. Partilho um momento com o qual fui premiado ontem que me iluminou o coração.

Estava eu a caminho de um hospital lisboeta onde estagiei recentemente para estudar quando me cruzo à porta com uma doente que enquanto aluno acompanhei. Nem me viu, passei-lhe pelas costas. Mas sorri, porque lhe reconheci no rosto um sorriso, embrenhada naquelas coisas simples da vida a que ninguem presta atenção. Ajeitava o casaco da mãe (uma senhora já de uma certa idade).

Fiz muito pouco por esta doente em particular. Limitava-me a observa-la todos os dias. Mas sabe muito bem poder ver assim um sorriso tão cheio de vida e saber que pequenino e de uma forma distante contribui para aquele momento feliz que me passou mesmo ao lado.