1.
Na consulta de oncologia, tantos doentes seguidos, com meses de vida pela frente que teimam em sorrir indiferentes e desafiadores num caminhar em frente.
Perfeitamente cientes do seu tudo e do seu nada...
2.
Na urgência interna, o Sr. J. de 92 anos...
A desfalecer no chão,...
a ser amparado a tempo,...
a fazer-se tudo o que se podia...
E ainda assim a preferir caminhar para o outro lado
3.
E eu...
No final do dia ao deitar-me...
Revendo gestos e atitudes...
Dolorosamente percebendo que naquelas pequenas coisas inconfessáveis...
Tantas vezes, continuo sem rumo...
...mais morto que estes que morreram ou morrerão um dia.
Dead man walking: Expressão pela qual são conhecidos os condenados que esperam o seu dia nos corredores da morte nos Estados Unidos
28 de março de 2008
9 de março de 2008
FADO
Esta triste canção que a todos nos entrenha a alma,
neste cantado pavor, a tudo o qu a vida é estável...
Almas vendidas ao efémero,
Corpos abandonados ao imediato.
Triste sina que te toca...
Triste sina que começa, desde logo, em mim,
no mais íntimo da minha fragilidade.
E nesta roda viva, correm horas, correm dias, correm nadas...
Escapam-se por entre os nossos dedos, aqueles outros perpétuos e desejados nadas!
Vidas sofridas,
vidas choradas.
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado
neste cantado pavor, a tudo o qu a vida é estável...
Almas vendidas ao efémero,
Corpos abandonados ao imediato.
Triste sina que te toca...
Triste sina que começa, desde logo, em mim,
no mais íntimo da minha fragilidade.
E nesta roda viva, correm horas, correm dias, correm nadas...
Escapam-se por entre os nossos dedos, aqueles outros perpétuos e desejados nadas!
Vidas sofridas,
vidas choradas.
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado
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