22 de fevereiro de 2008

Passar a manhã às voltas de uma doente com esforço...
Para depois a ver partir nas mãos daqueles que a amam pode gerar sentimentos ambivalentes...

De paz por um lado, por sentir ali um luto saudável... Este lutar e vergar humano diante do insondável mistério da nossa finitude.

De dor e revolta por outro lado... porque a senhora D. morreu numa maca no meio de um corredor...
Apercebo-me disto de uma forma ainda muito egoista... Percebendo com clareza que me poderá tocar a mim... e eu tenho e todas as pessoas tem em si uma dignidade que não pode nunca caber numa maca de um corredor de um hospital...
Oxalá, em breve, tenha clareza de espírito para conseguir perceber benignamente o que neste momento me escapa. Nessa altura encontrarei também recursos para aprender a minorar o que hoje me repugna.