29 de janeiro de 2007

SEDE

Tenho sede... Tenho sede de pessoas cujas palavras sejam consequencia dos seus actos... Sonhadores realistas e inconformados que constroem passo a passo, sem receio de verter lágrimas, os seus sonhos. Herois fantásticos de um mundo bem real.

Tenho sede de sorrir diante das dificuldades e precipitar-me na vida com as asas do sonho, absorto no teu sorriso cumplice e desafiador. E tu... Tu que te cruzas comigo num qualquer recanto das nossas almas... Tu dás-me de beber desse teu vinagre de medo, de receio instalado e calculismo reservado que não ousas enfrentar.

Se é o que tens para dar, aceito-o. Bebe-lo-ei mesmo com sofreguidão, até à ultima gota. Porque um dia bebeste e quem sabe quando beberás outra vez deste mesmo vinagre que também me corre nas veias. Mas custa-me, custa-me muito esta acidez que me queima a língua e revira os olhos.

Tenho sede desse teu brilhar de olhos ingénuo, comprometido contigo, comigo e com o mundo. Tenho sede de nesse teu compromisso inocente com os teus sonhos te sentir livre! Livre de ti própria, livre de mim e dos meus condicionamentos, livre de tantos constrangimentos.

Por onde anda essa tua alma indomável que sei não poder conter? Tenho sede dessas águas torrenciais de afectos que na sua força imparavel arrastam para longe a modorra e refrescam os campos do meu coração.

Tenho sede...