6 de agosto de 2008

ELOGIO À MELANCIA

Gosto do teu sabor doce avermelhado, de água fresca temperado.


E nas tantas gentilezas que, contigo, a vida me vai dando... Momentos de nada logo logo se tornam vidas encetadas; a viva voz, caminhos lentamente partilhados.


Num comer colorido de fugidias saladas, num sofrego beber de chá verde naquele princípio de tarde chorado.


Testemunhando, as luzes nocturnas das colinas da cidade sorriem, ora cintilando sobre as toscas tascas de bairro ora dançando sob a vista de cosmopolitas miradouros.


Momentos pelas salinas e pelo mar suavemente salgados, no areal pelo sol de verão ternamente fumados. Notas cantadas pela sardinha, naquela voz arrastada de fadista matrona em azeite embebedada.


E às grainhas, que dos nossos sonhos dispersamente vamos semeando, de pança cheia mas com a saudade desconsolado, o meu bom dia!

Num simpático e terno muito obrigado!